Salvador recebe exposição internacional sobre memória africana

Foto: Mudi Yahaya/Divulgação/

No Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, lembrado nesta quinta-feira (21), Salvador recebe a exposição internacional “Reverberações – Refletindo a impressão da memória africana”, no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), situado na Rua das Vassouras, 25, no Centro Histórico. Com intuito de mergulhar nas interseções culturais entre o Brasil e o continente africano, as fotografias de Mudi Yahaya, um dos principais expoentes da cena artística da Nigéria, serão apresentadas aos convidados que participam do evento de abertura.

A partir desta sexta-feira (22) até 29 de junho, o público terá a oportunidade de imergir nessa jornada cultural, com visitação das 10h às 17h. Além das obras, uma série de rodas de conversa enriquecerá ainda mais a experiência nos primeiros dias do evento. Para a diretora do Muncab, Jamile Coelho, o museu tem sido um espaço importante para o resgate de memórias e de reconstrução de identidades do povo brasileiro.

“Essa exposição, por exemplo, traz um olhar sobre parte da história que de alguma maneira foi partida por esse processo de escravização e que vem sendo recontada, remontada. O Muncab é fundamental, tanto para contar a nossa história, como para servir de palco a esses artistas”, frisa.

Ações municipais – A diretora chama atenção sobre as muitas ações municipais com intuito de fortalecer o intercâmbio entre África e Salvador, a cidade mais negra fora do continente africano. Segundo ela, a criação do museu foi uma iniciativa fundamental nesse contexto.

“É o nosso primeiro evento internacional. Trazemos um artista nigeriano que discute exatamente esse retorno e as influências que essa população que retorna para a África traz. Esse fluxo e refluxo é super importante discutir, porque é um tema pouco abordado”, explica.

Ela lembra que Salvador é parte desse processo de reconstrução da identidade africana e o Muncab tem servido de vitrine para tantos trabalhos artríticos e culturais que recontam essa história. “A gente se vê, se enxerga, se reconhece, então acho que essa exposição traz esse reconhecimento dessas identidades que de alguma forma foram partidas pelo processo de escravização de homens negros e mulheres negras. Estamos felizes que o Muncab é um dos grandes espaços de valorização e difusão da cultura de diáspora nas Américas”, comemora.

Yahaya, utilizando principalmente a fotografia como meio de expressão, traça um retrato vívido das identidades híbridas africanas, explorando os diversos dialetos visuais, moedas e vocabulários presentes nas culturas dos países em questão. “’Reverberações’ aborda questões históricas e de identidade, destacando o papel da fotografia na discussão sobre a escravização e as identidades únicas dos abolicionistas e escravizados”, explica o artista.

“As fotos específicas examinadas na exposição ilustram as diversas maneiras pelas quais a escravidão afetou as vidas e identidades das pessoas e grupos envolvidos”, detalha Yahaya. Antes da exposição, rodas de conversa enriquecem ainda mais a experiência nos primeiros dias do evento.

Artistas e curadores – Todos os bate-papos contam com a participação do próprio artista Mudi Yahaya, além de especialistas que dialogam com o tema da exposição. Entre os palestrantes estão as doutoras Lívia Sant’Anna Vaz, Carla Akotirene e Amanda Medeiros, nos dias 19 e 20 de março; e os doutores Osmundo Pinho e Samuel Vida, nos dias 22 e 23 de março, respectivamente, sempre às 17h.

A exposição conta ainda com a participação dos curadores e artistas baseados em Berlim, Gisela Kayser, Suely Torres e Mireya Palmeira. O conteúdo artístico sugere um mergulho nos ecos visuais dos violentos processos de colonização e destacar a influência afro-brasileira de escravizados libertos que retornaram para o continente africano, bem como os efeitos desse retorno nas tradições socioculturais do continente.

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2 Thoughts to “Salvador recebe exposição internacional sobre memória africana”

  1. Suely Torres

    Estimados Jornalistas e organizadores da exposicao Salvador recebe exposição internacional sobre memória africana.

    Eu sou uma das mais importantes curadora dessenesse proejto. Fui contratada pela Mareike Palmeira a produtora aqui em Berlim. O combinado era ir junto para Recife e Salvador e receberia 350€ que é insiguificante este valor. Esperei o contrato e as passagens. Em Recife de onde eu sou, foi a Mareike sozinha mesmo que eu eu trabalhei de Berlim para que tudo fosse organizado lá. Salvador, fiquei sabendo algumas semanas antes que iria a filha dela que nao é curadora e a outra alema, a Gisela Kayser e o marido da produtora. Ou seja eu fui a cota para que este projeto se realizasse no Brasil e claro o fotografo que faz para receber visitibilada mas nao é remunerado. Suas fotos sao reveladas na Polonia onde o valou é baxissimo. Eu acho uma pena, que em todas as matérias lidas por mim nao vi nenhuma críca que tres mulheres brancas querem fazer exposicoes no pelo mundo de um negro. Meu nome nao foi mencionado nem divulgado em nenhum lugar em Salavador. Os europeus descobriram uma outra materia prima, como ganhar dinehiro criando porjtos com negros e indigenas. O Brasil precisa acordar. Aqui para um projeto ser comptemplado ele precisa de alguém do país, e essa fantasma e nao paga fui eu como curadora. O colonialismo e o capitalismo encontram sempre as suas brechas. Desculpe se incomodei. Se quiser pode divulgar a minha indignacao. Eu sou produtora, antropologa e Kuradora com formacao na universidade de arte aqui, sou artista visual e vivo aqui há em Berlin 36 anos. Atenciosamente. Suely

    1. PREZADA AMIGA, NÃO SABIA SUA HISTORIA, GRAVE UM VIDEO E MANDE PAR NÓS EM NOSSO WHATZAAP QUE EST AI NO SITE
      EXPLICQUE MELHOR ISTO

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