IA pode cortar 92 milhões de vagas, mas algumas carreiras resistem

Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
O diretor executivo da Amazon, Andy Jassy, anunciou que a companhia reduzirá sua força de trabalho, à medida que a inteligência artificial (IA) vai substituindo os funcionários humanos, acrescentando que a tecnologia afetará um grande número de empregos e setores.
Diversas outras firmas têm expedido advertências semelhantes. Em maio, o presidente da startup de IA Anthropic comentou ao website de notícias Axios que, dentro de um a cinco anos, essa tecnologia talvez elimine a metade de todas as vagas para iniciantes em setores não manuais.
Desde 2022, as empresas públicas dos Estados Unidos reduziram seu pessoal de escritório em 3,5%, e um quinto das companhias cotadas no S&P 500 encolheram, informou Wall Street Journal, citando o serviço Live Data Technologies.
Nos últimos anos, grandes firmas como Microsoft, Hewlett Packard e Procter & Gamble têm anunciado milhares de demissões.
A plataforma de vendas online Shopify explicou recentemente que suas equipes que solicitem pessoal adicional terão antes provar que a IA não é capaz de executar as tarefas em questão. E a firma do aplicativo de aprendizagem de idiomas Duolingo planeja substituir gradualmente seus empregados externos por inteligência artificial.
Faca de dois gumes
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que um quarto dos postos de trabalho em todo o mundo enfrentam grave risco de se tornar obsoleto devido à IA. Contudo também há expectativas de que ela vá criar novas oportunidades e aumentar a produtividade.
Segundo uma previsão do Fórum Econômico Mundial, divulgado no início de 2025, a reviravolta tecnológica poderá eliminar 92 milhões de empregos existentes até o ano 2030, mas, ao mesmo tempo, também criar 170 milhões de novos postos.
O maior impacto seria para as economias desenvolvidas, com 60% dos empregos afetados, segundo análise de 2024 do Fundo Monetário Internacional (FMI) – a metade deles de modo negativo, a outra, positivamente.
Já nas economias emergentes, 40% das vagas sentiriam os efeitos da IA, e, nos países de baixa renda, 26%. Por outro lado, apesar de afetados em menor escala, esses mercados também se beneficiariam menos do aumento de produtividade que prometem as novas tecnologias.
Nos avanços tecnológicos passados, os mais prejudicados foram os empregados menos qualificados e trabalhadores manuais, como os operários de fábricas substituídos por robôs.
Porém agora a expectativa é de que a adoção ampla da IA vá atingir os empregados de nível educacional mais alto, nas tarefas de escritório, sobretudo onde o desempenho dos algoritmos seja comparável ou melhor do que o humano.
Fonte: G1