Chuvas intensas deixam imóveis em situação crítica em Salvador

Foto: Romildo de Jesus/Estadão Conteúdo
As fortes chuvas que atingem Salvador nos últimos dias têm causado prejuízos significativos à população e ampliado o risco de desabamentos em diversos pontos da cidade. Em meio a ruas alagadas e encostas instáveis, é possível observar, por toda a capital baiana, imóveis com estruturas comprometidas, à beira do colapso.
Um levantamento técnico realizado pela Codesal em 2023 em 414 imóveis localizados no Centro Histórico, Comércio, Barbalho e Cidade Baixa revelou um cenário preocupante. Apenas 194 desses imóveis foram considerados totalmente seguros para ocupação. Outros 92 apresentaram danos estruturais leves, 46 exigiam intervenções urgentes — ainda que sem risco iminente de desabamento — e 82 imóveis foram classificados com risco real de desmoronamento.
A situação se repete em outras cidades do estado. Em Candeias, por exemplo, três imóveis desabaram e outros nove foram interditados pela Defesa Civil local em razão do risco de novos deslizamentos.
Sosthenes Macêdo, diretor-geral da Codesal, destacou que o trabalho preventivo tem sido uma prioridade para evitar tragédias. “Hoje podemos afirmar que Salvador está mais preparada para enfrentar os imprevistos climáticos, tanto que atravessamos as últimas quatro Operações Chuva sem a perda de vidas”, afirmou. Segundo ele, a cidade tem investido na modernização dos sistemas de monitoramento e prevenção,
como a criação do Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme (Cemadec) e do Centro de Pesquisas da Defesa Civil (Cepdec), além de ações educativas junto às comunidades.
A coordenadora de Ações de Prevenção e Redução de Riscos, Gabriela Morais, informou que equipes compostas por engenheiros e geólogos estão realizando vistorias em diversas comunidades afetadas, como Mamede, Creche, Moscou I e II, Bosque Real, Olaria e Mangabeira. As inspeções buscam sinais de movimentação de massa, como rachaduras, muros inclinados e árvores com risco de queda, com o objetivo de antecipar possíveis desastres.
As ações fazem parte do Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC), que é o principal instrumento da prefeitura para mitigar riscos relacionados a alagamentos, deslizamentos e outros desastres naturais. O plano prevê monitoramento constante, atuação técnica em campo, campanhas educativas, sistemas de alerta e rotas de evacuação previamente mapeadas.
Fonte: Tribuna da Bahia