BYD vai concluir sua fábrica na Bahia com construtora nacional

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O nome da nova empresa ainda não foi revelado, mas segundo a direção da BYD, o anúncio será feito em breve. Apesar dos impasses, a montadora garante que o cronograma de produção será mantido e promete iniciar a montagem de veículos nas próximas semanas.
Fábrica na Bahia
Os planos da BYD para a planta baiana são ambiciosos. O primeiro galpão da fábrica, praticamente concluído, ocupa 154 mil metros quadrados — uma área quase do tamanho de toda a antiga fábrica da Ford, que operava no mesmo local.
A vice-presidente global da BYD, Stella Li, rebateu parte das denúncias envolvendo as empreiteiras chinesas. “Muita coisa que foi divulgada sobre trabalhadores em situação análoga à escravidão não é verdade”, disse a executiva para o Valor Econômico. Para ela, há interesse de concorrentes em atrasar a instalação da marca no país.
Em paralelo à reta final das obras, a montadora busca apoio do governo federal para viabilizar sua operação no Brasil. A empresa pleiteia a redução temporária do Imposto de Importação sobre veículos semidesmontados (os chamados SKD, na sigla em inglês), que atualmente é de 25%. A BYD propõe que a alíquota seja reduzida para 10% durante os primeiros 12 meses de operação, período no qual poderá importar veículos em partes para montagem local. Após isso, deverá seguir o cronograma de nacionalização exigido pelas regras do setor.
Segundo Li, a redução do imposto é essencial para justificar o investimento. “Sem isso, não faz sentido construir a fábrica”, afirmou. A executiva argumenta que a medida incentivaria a geração de empregos e daria competitividade à montadora em sua entrada no mercado brasileiro.
A cerimônia que marcou o início das atividades na nova planta coincidiu com a elevação das tarifas de importação para veículos elétricos e híbridos. Desde então, carros 100% elétricos passaram a pagar 25% de imposto, enquanto os híbridos plug-in passaram de 20% para 28%.