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Falecido na capital baiana, a 13 de novembro de 1981, pobre e esquecido, Mestre Pastinha nasceu na mesma Salvador em 05 de abril de 1889. Aliás, no mesmo ano em que oficialmente foi abolida a escravidão, no Brasil. A fim de se livrar de um menino mais forte que ele é que aprendeu capoeira. Assim, sempre que lhe via, o menino lhe aplicava surras. Por conseguinte, um dia a história mudou.
Com efeito, para enganar seus senhores, os escravos bantos empreenderam a capoeira. Dessa maneira, o que plasticamente parecia uma dança era um treinamento físico . Mas também um adestramento para a luta.
BERIMBAU
A capoeira é puxada por um berimbau, instrumento musical rústico feito a partir de uma vara de madeira. Nas extremidades ficam presas as duas pontas de um arame, bastante esticado. Como caixa de ressonância, uma cabaça é fixada numa das extremidades.
O instrumento tem origem em Angola, na África. Mas, também existe em outros países daquele continente, com nomes diversos. Foram os escravos então que trouxeram o berimbau para o Brasil, adaptando-o para o uso na capoeira.
Como instrumento de resistência escrava, a capoeira foi aos poucos conquistando espaço na cultura brasileira. Aliás, assim como aconteceu com muitas outras iniciativas artísticas, culturais e gastronômicas negras, no país.
DESTAQUE
Pois bem, voltando a Pastinha, o mestre evoluiu do aprendizado ao ensino da capoeira, destacando-se no cenário baiano. Mais do que isso, o mestre Pastinha tornou-se, mesmo, um pensador da capoeira, com direito a livro escrito a respeito.
Sua escola de capoeira ficava em pleno centro cultural de Salvador: o Pelourinho. Dali, Pastinha irradiava conhecimentos. E granjeava prestígio entre intelectuais como Jorge Amado e Caetano Veloso, entre outros.
Importante assinalar que Pastinha buscava transmitir seus conhecimentos sobre a capoeira no sentido da arte. E da defesa, claro. Nunca da violência, mas, em favor da paz. A plasticidade e harmonia da capoeira eram os elementos a serem valorizados.
Infelizmente, Pastinha acabou a vida cego, na miséria e despejado do prédio onde funcionava sua escola de capoeira, no Pelourinho. Contudo, no livro Capoeira Angola, deixou perpetuados seus ensinamentos. E, para a história, o perfil de um educador, como poucos no país.
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